Classificado como Monumento Nacional desde 1910, o Memorial de Alpendorada, cujas origens remontam possivelmente ao século XII, insere-se num tipo de monumentos relacionados com atos fúnebres ou com intuito de perpetuar a memória de certa personalidade, exclusivos da arquitetura portuguesa e popularmente também designados como arcos, arquinhos ou marmoirais.
A tradição popular considera que este Memorial foi um dos locais onde parou ou repousou o cortejo fúnebre de D. Mafalda Sanches (c.1200-1256), filha de D. Sancho I (r. 1185-1211) que, ao morrer em Rio Tinto, o seu corpo foi levado para o seu Mosteiro de Arouca, onde seria sepultada.
No entanto, a presença de uma longa espada gravada nas pedras superiores do plinto que serve de base ao arco, permite-nos considerar a possibilidade de estarmos perante um monumento funerário e memorativo de um membro da nobreza.
De referir que os homens mortos em duelo estavam eclesiasticamente proibidos de serem sepultados em locais sacralizados. Ou seja, a presença deste ícone caracterizador da nobreza, poderá indicar que o monumento é uma manifestação funerária de um indivíduo com uma certa importância social.